A ELEGÂNCIA

 

A ELEGÂNCIA
(autor desconhecido)

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja
cada vez mais rara: a elegância do comportamento.


É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem
mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de
dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há
festa alguma nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam longe
da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no dia a dia.

É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao
se dirigir a frentistas. Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores,
porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem
presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete e, ao
receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte antes quem
está falando e só depois manda dizer se atende.

Oferecer flores é sempre elegante.

É elegante não ficar espaçoso demais. É elegante não mudar seu estilo
apenas para se adaptar ao de outro. É muito elegante não falar de dinheiro
em bate-papos informais. É elegante retribuir carinho e solidariedade.

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.

Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar
nele de uma forma não arrogante. Pode-se tentar capturar esta delicadeza
natural através da observação, mas tentar imitá-la é improdutivo. A saída
é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status
social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com
amigo não tem que ter estas frescuras".

Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não
irão desfrutá-la.

Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.

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